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Ventos da (velha) mudança e ligações curiosas

Mudanças na Secult estadual surpreenderam a semana na Bahia, políticos de olho na casa mais vigiada do Brasil e outras histórias da vida (sur)real

Piti Canella e Luciana Mandelli | Fotos: Divulgação; Reprodução/X
Necropolítica

Eu pisquei os olhos e a semana passou. Queria trazer grandes reflexões sobre a micro e a macro política baiana, mas infelizmente só tenho notícias da necropolítica. Afinal de contas, uma política que não renova seus métodos e seus quadros, só pode estar morta e ninguém percebeu. Há até quem tente renovar, como o senador Jaques Wagner – embora o mesmo já esteja até pensando na sua reeleição. Os jovens indicados por ele, como o secretário da Cultura, Bruno Monteiro, é jovem na idade e antigo nas ideias e no método. Mas nisso aí tudo, quem perde somos nós, baianas e baianos que assistimos o futuro repetindo o passado.

Foto: Mateus Pereira/GOVBA
Mudanças na Cultura

Por falar em Bruno Monteiro, o gaúcho da cultura baiana comemorou a publicação de duas exonerações da secretaria: Luciana Mandelli, diretora-geral do IPAC, e Piti Canella, diretora da Fundação Cultural da Bahia (Funceb), nesta semana. Bruno ainda não se manifestou sobre o assunto, mas tá com moral. Deixou que o próprio governador, Jerônimo Rodrigues, explicasse a saída de Mandelli na quarta-feira. Segundo o chefe do Executivo, “fazer movimentações dentro do governo é natural”. O governador garantiu que a vice-presidente estadual do PT, assumirá um novo desafio como gestora, mas não disse onde e quando.

Pitbull

A produtora cultural e ex-titular da Funceb, Piti Canella, soltou os cachorros, mas fez isso com respeito e elegância, hoje (18). “Triste com minha saída da Fundação, mas feliz e consciente da minha enorme contribuição, 14 meses de dedicação exclusiva e amorosa aos artistas e ao Governo da Bahia. Registrando que apesar do “a pedido” no DOE, eu não pedi porque sou pela resistência. Eu fui exonerada”, escreveu a ex-diretora da Funceb em seu perfil no X, antigo Twitter.

Incansável

Também nesta quinta, o governador voltou a tratar do tema. “Eu ouvi muitas coisas, mas depois vocês viram a capacidade que o Bruno tem com os editais, a Lei Paulo Gustavo e o Ouro Negro, há um consenso de que o secretário está fazendo um bom trabalho”, disse o governador. Foi isso mesmo que ele disse: há um CONSENSO em relação a Bruno. E elogiou a condução dos editais – os mesmos que foram duramente criticados pela classe artística.

Jogo das Cadeiras

Depois da saída dos ex-secretários Adelia Pinheiro e Luiz Caetano do executivo do governo baiano, eu tava aqui esperando desde uns dias aí, a nomeação de novos titulares – fato que ainda não aconteceu. Os substitutos das pastas seguem, ao menos do Diário Oficial, intitulados enquanto chefes de gabinete, ainda: Rowenna Brito e Jonival Lucas. A pergunta que me faço é: por que cozinhar os dois em banho maria?  Mas ainda em clima de mudanças em outras pastas. Outro nome que vivem colocando na lista de mudanças é o do gestor da Sufotur, Diogo Medrado, em julho. O que eu sei é que vai acontecer o de sempre: Ele será um dos coordenadores das campanhas dos petistas, Luiz Caetano e do meu conterrâneo, Zé Neto. Ainda, “corre a boca pequena” que participará da campanha de prefeito de Geraldinho também. Eu vou é ficar esperando as mudanças lá no meu entroncamento.

Rowenna Brito e Jonival Lucas | Fotos: Matheus Pereira/GovBa; Roberto Viana
Com tiranos, não combinam

Nesse processo todo, não faltou coragem (ou tirania?) a Bruno Monteiro, apesar de seu silêncio sepulcral. Eu já disse ao secretário da Cultura que a independência do Brasil aconteceu na Bahia e com tiranos, a gente não combina. Se ele tá achando que a revolução que transformou esse país foi a Farroupilha, ele não sabe a força que tem as mulheres desse estado. Tanto Maria Felipa e minha xará estão nos livros e na alma do nosso povo pra provar. Eu vou ligar para o galego e pedir pra explicar ao seu pupilo como viver em harmonia com os baianos.

Letargia

Ainda falando sobre o grupo do governador Jerônimo Rodrigues, eu não posso fingir que não tô vendo a letargia dos seus aliados, em relação à candidatura do vice-governador Geraldo Júnior à Prefeitura de Salvador. Até tentaram esquentar a candidatura, atribuindo a coordenação geral à deputada federal Lídice da Mata, mas o assunto não avançou. O fato é que não se vê nem mesmo, um servidor de baixa patente envolvido no projeto de Geraldinho. É aquela história… ele deve ter enrolado tanta gente ao longo da vida, que a vida parece estar dando o troco.

Vai desistir?

O vice-governador ainda não tem coordenação, não tem apoio, não tem política. O fato é que já estão cogitando a possibilidade de Geraldo Júnior desistir da disputa pela Prefeitura de Salvador e apoiar Kléber Rosa, repetindo na Bahia a estratégia adotada pela esquerda em São Paulo, onde Lula e todo o grupo apoiarão a candidatura do deputado federal, Guilherme Boulos. Se continuar do jeito que tá, Kléber Rosa vai ter mais votos que o vice-governador.

Kleber Rosa | Foto: Reprodução/Facebook
Bruno Kings

Enquanto isso, do outro lado da política baiana, o prefeito da capital baiana, Bruno Reis, anda tão convencido de sua reeleição que continua com sua postura arrogante em entrevistas à imprensa. As vítimas mais recentes foram os jornalistas, Osvaldo Lyra e Daniela Prata, respectivamente do portal Muita Informação e da Rádio Salvador FM. Ambos cumpriram o protocolo profissional:  perguntar e receberam um chilique provinciano do gestor municipal. A prepotência e a falta de equilíbrio são tão grandes que Bruno Kings se sentiu autorizado a negar o caos vivido pela população de Salvador, diante das chuvas deste mês de abril. O tom irônico e debochado de Bruno está assustando até os aliados mais fiéis.

Kiki na Globo

O vereador Kiki Bispo teve seus 15 segundos de fama, em rede nacional e na maior audiência da TV brasileira em 2024. O edil pongou na transmissão da final do BBB 24, direto de Cajazeiras e a equipe da TV Bahia não teve a menor sensibilidade – e bom senso – para retirar o vereador do quadro durante as entradas ao vivo. Tô feliz pela vitória no reality global de Doutor Davi, mas tô decepcionada com minha quase prima e mãe de Davi. Ao invés de curtir a vitória do filho, ela associou sua imagem ao vereador em pleno ano eleitoral e quase arrastou o filho junto com ela. Sem ter dimensão do prejuízo comercial que poderia ter provocado para o ex-motorista de aplicativo.

Kiki Bispo e familiares de Davi Brito | Foto: Reprodução/Instagram
BBB

Por falar em BBB, o governador e o vice-governador da Bahia, ou seja, as maiores autoridades do estado mais importante desse país, gravaram e postaram vídeo parabenizando o baiano Doutor Davi pela vitória no reality show em plena madrugada. Francamente, quem está por trás da comunicação dessas duas figuras públicas? É massa surfar na onda, garantir engajamento nas redes sociais e fazer um gesto político ao novo queridinho da Bahia, mas tudo na vida precisa de equilíbrio e bom senso. Gravar vídeo em plena madrugada, de forma praticamente sincronizada, para parabenizar Davi foi forçado. Gostei mais do conteúdo do prefeito, Bruno, que fez uma singela homenagem na sua página, acredito até, que via sua assessoria.  

Tô morta

Como disse na abertura desta coluna, a política parece ter morrido, mas quem tá morta com tudo isso sou eu. Conquistamos a democracia com o sacrifício e o sangue de tanta gente boa pra isso, foi?

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Ivan Macedo
Ivan Macedo
27 dias atrás

Sempre por trás de um secretário existe um grupo político, a que grupo pertence Bruno Monteiro?
Viva Kleber Rosa!

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